Estudo da Oxford Economics avalia comprometimento de cidades com a sustentabilidade ambiental e sua predisposição aos riscos das mudanças climáticas
03 jun 2025

Cidades sustentáveis são aquelas que priorizaram o crescimento sustentável e estão focadas em se adaptar e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Além disso, têm baixa intensidade de emissões e buscam a transição para energia limpa, contando ainda com estabilidade política que possibilita atingir suas metas climáticas.
Esta é a definição usada pela Oxford Economics, consultoria econômica britânica que elabora todo ano o conceituado ranking das Cidades Globais. De acordo com o relatório 2025 da consultoria, publicado no fim de maio, nenhuma cidade brasileira está apta a entrar nessa categoria.
Um total de 63 cidades em todo o mundo foi destacado como sustentável, a maior parte na Europa. Na América Latina, apenas as cidades de Montevidéu e San José (Costa Rica) entraram para a lista. Além destas, entraram apenas outras duas do Sul Global, Malé (Maldivas) e Nassau (Bahamas).
Na visão da Oxford, o olhar para mudanças climáticas deve estar “na vanguarda” da formulação de políticas públicas, das locais às municipais.
No ranking geral das cidades globais, que leva em conta fatores como economia, capital humano, meio ambiente, governança e qualidade de vida, as cidades do país também não foram bem. Das mil cidades avaliadas, a primeira brasileira a aparecer é São Paulo, na posição 303, seguida de Brasília, em 339.
“A categoria Meio Ambiente avalia o comprometimento de uma cidade com a sustentabilidade ambiental e sua predisposição aos riscos das mudanças climáticas. A sustentabilidade ambiental é fundamental para garantir a resiliência a longo prazo”, afirma o relatório. “A relevância desta categoria é inegável.”
Para essa categoria, o estudo avaliou o ambiente natural de cada cidade em relação a questões relacionadas às mudanças climáticas. Os indicadores utilizados são: qualidade do ar; intensidade das emissões; desastres naturais; anomalias de temperatura; e anomalias pluviométricas.
Despreparo brasileiro
A avaliação do Global Cities vai ao encontro do que o IAS vem alertando sobre o despreparo e baixa resiliência das cidades brasileiras em relação a eventos climáticos extremos, um fator que compromete sua sustentabilidade.
Uma das faces mais evidentes desse quadro é a situação de vulnerabilidade do saneamento básico, conforme detalhamos em nossa publicação “Adaptação e Saneamento – Por um setor resiliente às mudanças climáticas”, lançada em janeiro.
Em tempos recentes, foram registrados acontecimentos como racionamento de água em diversas cidades devido à estiagem prolongada, comprometimento da qualidade da água devido a queimadas, poluição de rios e colapso de sistemas de drenagem urbana durante chuvas intensas (sendo Porto Alegre o exemplo mais gritante nesse caso).
A publicação aponta ainda ações que podem ser decisivas para tornar uma cidade mais sustentável, entre elas a realização e implementação de planos de adaptação climática, a adoção de medidas de médio e longo prazos, não apenas emergenciais, e a busca por soluções baseadas na natureza.
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